A teoria da presciência
Nesse texto trataremos de um tema localizado na Gênese Cáp. XVI, que nos fala sobre a teoria da presciência. Lembrando que é muito importante a leitura completa do capítulo, pois aqui faremos apenas um resumo.
A visualização do futuro é uma incógnita e motivo de discussão entre os encarnados até hoje. Muitos questionamentos são levantados a respeito da veracidade das informações transmitidas, sobre o direito ao livre arbítrio, sobre datas e locais.
Kardec nos elucida na Gênese que a predição é relativa do ponto de quem a vê. Para nós encarnados, é praticamente impossível determinar o futuro, pois como vivemos nele, o mesmo se torna nosso presente. Já para um desencarnado, livre do véu do esquecimento e das amarras do mundo material, isso se amplia e ele consegue ver um apanhado geral, do começo e do fim, mas não o que se passará no meio, pois isso depende do livre arbítrio do encarnado. No livro, Kardec nos exemplifica com uma situação de um homem no topo de uma montanha, que enxerga um viajante a percorrer o caminho que chegara ao fim dessa jornada. O homem no topo, enxerga com uma visão bem ampla todos os percalços que o viajante irá sofrer, os rios, pedras, morros, casas...o viajante, não tem essa visão, enxerga somente um pouco a sua frente e segue seu caminho, calculando o tempo de acordo com o que vê. Vamos supor que o homem desça até o viajante e lhe diga exatamente o que irá encontrar na frente, todos os perigos e dificuldades, para o homem aquilo é o presente, já para o viajante é seu futuro.
As visões do futuro que um espírito vê, depende de alguns fatores como, seu grau de evolução, seu de dispersão da matéria e da permissão de Deus, pois isso não pode atrapalhar o caminho evolutivo do encarnado a que se refere. O véu do esquecimento é muito importante para a evolução do espírito, como já estudamos aqui.
Essas predições podem ser liberadas em algumas situações e de maneiras diversas como o pressentimento, sonho, imagem na memória. Essas imagens geralmente aparecem em momentos em que o espírito esta livre das amarras materiais, como no desdobramento, onde pode vir a conhecer seu futuro, ou o caminho que deve seguir para chegar no seu objetivo e a maneira como se lembrará dependerá da permissão para isso. Ele simplesmente pode se lembrar de tudo, como imagens em sua memória, pode manter essas lembranças dormentes e se lembrar no momento exato da decisão ou situação, ou ainda pode sentir, pelo pressentimento ou intuição o caminho certo a seguir. Se for para um bem maior, pela comunidade ou ainda para um grupo de pessoas, o véu do esquecimento pode ser aberto para que todos o detalhes sejam informados. Como ocorre em alguns casos de videntes que falaram sobre grandes catástrofes.
Um fato muito importante a se conhecer é que, quando um evento é de Deus, ele ocorrerá de qualquer maneira, caso o encarnado responsável por essa divulgação do futuro, utilizar seu livre arbítrio e não cumprir sua missão, Deus colocará outra pessoa para a cumprir, e aquele que não o fez, irá carregar as consequências dessa escolha.
As predições geralmente não incluem datas e tempo pois dependem de fatores como o tempo diferente em diversos mundos (se o espírito não for desencarnado da Terra, pode sentir dificuldade na medição do tempo), a não importância do fato a ser relatado e principalmente do livre arbítrio do encarnado a que se refere o futuro.
Com isso, podemos ter uma base de entendimento porque algumas predições não são exatas em tempo e data, ou ainda em situações. Porque alguns predizem exatamente grandes catástrofes e não conseguem predizer simples caminhos a se seguir. Todos temos o princípio da visão dentro de nós, cabe evoluirmos em pensamentos, aprendizados, ações benéficas para que sejamos capazes de enxergar, sentir ou intuir o que nos for permitido.
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