Véu do esquecimento

 

Véu do esquecimento, é a "perda" temporária do nosso espírito no momento da reencarnação, sobre nossas vidas passadas, colocado como um véu, que ao desencarnarmos "cai" e assim enxergamos novamente com clareza.

"O espírito renasce, frequentemente, no mesmo meio em que viveu, e se acha em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes fez. Se reconhecesse nelas as que odiou, talvez seu ódio se revelasse; em todos os casos, seria humilhado diante dos que houvesse ofendido." (O evangelho segundo o espiritismo).

Através dessas palavras enviadas pelos espírito, Allan Kardec esclarece a importância do esquecimento das faltas passadas. Reencarnamos para evoluir, e não se lembrar do passado é uma necessidade nesse caminho pois como, geralmente reencarnamos em meio aos mesmos espíritos que devemos resgatar nossas faltas, lembrar desses momentos seria nascer com um pré conceito sobre pessoas ou situações necessárias para nosso crescimento e evolução.

"Ao nascer, o homem traz o que adquiriu; nasce como se fez; cada existência é para ele um novo ponto de partida. Pouco lhe importa saber o que ele foi; ele é punido porque fez o mal e suas tendencias más atuais são indício do que resta nele a corrigir, sendo nisso que deve concentrar sua atenção, porque do que esta completamente corrigido não lhe resta nenhum traço. As boas resoluções que tomou são a voz da consciência que o adverte do que é bem ou mal, e lhe da força para resistir as más tentações." (O evangelho segundo o espiritismo)

No momento do desencarne, podemos ter permissão de abrir esse véu e lembrar das situações ou pessoas, se assim for de nosso merecimento, mas nesse momento, teremos todo o apoio de equipe espiritual para nos ajudar no entendimento disso.

Durante a reencarnação, existem momentos de acesso a essas lembranças do nosso passado e das missões relativas a encarnação atual, esse momento é o desdobramento que acontece durante o sono, onde nosso corpo, ao descansar, libera nosso espírito se mantendo ligado por uma linha tênue fluídica que pode ser chamada de "cordão de prata" ou "laço fluídico". O espírito nunca descansa. E nesse momento de curta liberdade, ele pode enxergar tudo que precisa e ter forças para continuar sua tarefa encarnatória.

"...na encarnação, durante o sono do corpo, quando goza de uma certa liberdade, o Espírito tem consciência de seus atos anteriores; ele sabe porque sofre, e que sofre justamente; a lembrança não se apaga senão durante a vida exterior de relação."(O evangelho segundo o espiritismo)

Durante a vida corpórea, não temos uma lembrança certa do que fomos e do que fizemos anteriormente, mas carregamos isso no nosso espírito e que nos aparece como intuições nos momentos em que devemos decidir entre, seguir um padrão que devemos superar, ou tomar a decisão certa para que nosso espírito possa evoluir. Nossa consciência sempre esta ativa para nos fazer não continuar seguindo pelo mesmo caminho do erro.

Conforme nos explicam os espíritos na questão 393 do livro dos espíritos:

“Em cada nova existência, o homem dispõe de mais inteligência e melhor pode distinguir o bem do mal. Onde o seu mérito se se lembrasse de todo o passado? Quando o Espírito volta à vida primitiva (a vida espírita), diante dos olhos se lhe estende toda a sua vida pretérita. Vê as faltas que cometeu e que deram causa ao seu sofrer, assim como de que modo as teria evitado. Reconhece justa a situação em que se acha e busca então uma existência capaz de reparar a que vem de transcorrer. Escolhe provas análogas às de que não soube aproveitar, ou as lutas que considere apropriadas ao seu adiantamento e pede a Espíritos que lhe são superiores que o ajudem na nova empresa que sobre si toma, ciente de que o Espírito que lhe for dado por guia nessa outra existência se esforçará pelo levar a reparar suas faltas, dando-lhe uma espécie de intuição das em que incorreu. Tendes essa intuição no pensamento, no desejo criminoso que frequentemente vos assalta e a que instintivamente resistis, atribuindo, as mais das vezes, essa resistência aos princípios que recebestes de vossos pais, quando é a voz da consciência que vos fala. Essa voz, que é a lembrança do passado, vos adverte para não recairdes nas faltas de que já vos fizestes culpados. Na nova existência, se sofre com coragem aquelas provas e resiste, o Espírito se eleva e ascende na hierarquia dos Espíritos, ao voltar para o meio deles.”